Hoje, dia 13 de dezembro, é celebrado o Dia Nacional do Forró. O gênero musical, que nasceu na Região Nordeste do Brasil no ano de 1930, em Pernambuco, ganhou o Brasil inteiro com a sua mistura de zabumba, triângulo, sanfona e muito molejo no corpo.
Apesar de sua origem em 1930 foi somente alguns anos depois que o gênero se popularizou, com as canções do grande Luiz Gonzaga. Um dos marcos para o estilo foi o lançamento, em 1949, da música “Forró de Mané Vito”, gerando grande repercussão nacional.
O artista ainda firmou a liturgia das apresentações de forró, reunindo na banda a sanfona, o triângulo e a zabumba – os três principais instrumentos usados nas rodas e apresentações de forró. Nesses shows, as pessoas costumavam dançar sobre pisos de chão batido e, por isso, arrastavam os pés para não levantarem poeira nos ambientes. Assim surgiu o nome popular: arrasta-pé.
Gonzagão ficou conhecido como o “Rei do Baião”, considerado um dos principais atores para a difusão e popularização do forró. Em 2005, o Brasil escolheu o 13 de dezembro, dia do nascimento do cantor, para homenageá-lo pelas inúmeras contribuições realizadas à música e à cultura brasileira.
Em 2021, o forró ganhou o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, mais uma baita conquista para a cultura brasileira, e, principalmente, para a Região Nordeste, onde o gênero musical é predominante.
Em 2005, o Brasil escolheu o 13 de dezembro, dia do nascimento do cantor, para homenageá-lo pelas inúmeras contribuições realizadas à música e à cultura brasileira
Forró e cultura nordestina
O forró é marcado pela cultura nordestina, seja na origem do nome, nas letras das canções e até na forma de se dançar. As composições eram, inicialmente, inspiradas no modo de vida do povo dessa região do país. As letras das músicas retratavam os diversos hábitos, alegrias, amores e lembranças da terra natal dos nordestinos.
A origem do nome tem duas versões, porém, a que é mais aceita pelos historiadores diz que o termo forró é uma derivação da palavra africana “forrobodó”, que significa festa, farra e confusão. No fim do século XIX, com a influência dos povos vindos da África, as festas populares no Nordeste eram chamadas de “forrobodó”, “forrobodança” e “forrobodão”.
Agora que sabemos um pouco da história do Forró, que tal conhecermos os melhores lugares para curtir um bom forró espalhados por todas as regiões do país?
O site Conexão 123 deu uma força para a Coligadas Cultural e preparou uma lista de tirar o fôlego:
Campina Grande (PB) e a terra do forró
crédito: divulgação
O turismo em Campina Grande é imenso! Além de ter uma das maiores festas juninas do Brasil, a cidade possui diversos centros culturais que preservam e divulgam a riqueza cultural da região, como o Memorial Fonográfico Luiz Gonzaga, dedicado ao Rei do Baião. A Vila do Artesão é outro atrativo com a cara de Campina Grande, repleta de lojinhas de artesanato em madeira e renda, além de peças típicas de cangaceiros.
Em Campina Grande encontramos o berço do forró no Brasil, com festas e comemorações durante todo o ano. A festa de São João de Campina Grande, comemorada no Parque do Povo, é a maior de todo o país, conhecida até mesmo como o Maior São João do Mundo! Tradicionalmente, o evento dura todo o mês de junho.
Os foliões, por natureza, não se contentam e arrastam essa festança por toda a cidade. Restaurantes, lojas, shopping, hotel, praças, clubes, ônibus, trem, carros, ruas e casas se preparam para oferecer uma experiência jamais vista, com a emoção toda voltada para viver os festejos, regados a muito forró. E vale a pena, também, conhecer um pouco mais sobre a cidade e sua riqueza cultural.
Durante a festa, são realizados casamentos coletivos, campeonato de quadrilhas das cidades próximas, e apresentações musicais onde forrozeiros podem dançar sem se preocupar com as frequentes chuvas do inverno de junho.
Forró da Lapa, Rio de Janeiro (RJ)
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A cidade do Rio de Janeiro é referência quando o assunto é diversidade cultural. Nesse vasto caldeirão, o tempero do forró não fica de fora. O Forró da Lapa é um dos preferidos dos foliões que curtem a vida noturna! São grupos e rodas de forró que se reúnem na região para fazer uma boa festa cheia de dança, cerveja e muita música!
As festas se alargam pelo bairro inteiro. Alguns dos estabelecimentos essenciais para curtir essa festa são:
• Clube Democráticos
• Centro Cultural Memórias do Rio
• Leviano
• Bola Preta
• Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas
Todos esses lugares, ricos em cultura e conhecimento sobre a história do forró, dispõem de festas e marchas pela região norte carioca.
Forró do Velho Inácio, Manaus (AM)
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Manaus é uma cidade de personalidades diversas! O Amazonas é palco e tema de grandes artistas e compositores que apresentam um arranjo multicultural das tradições indígenas e ribeirinhas do norte do Brasil. Além das toadas do boi-bumbá, a riqueza musical e coreográfica da Amazônia apresenta um grande conjunto de músicas, ritmos e danças. O forró não fica de fora dessa mistura cultural!
Nas canções típicas do estado, encontramos letras repletas de gírias do vocabulário regional, referências aos povos originários, lugares da capital ou do interior, e inúmeras menções à floresta amazônica.
O Forró do Velho Inácio é um exemplo dessa mistura. O estabelecimento, que recebeu o nome a partir de uma canção do forrozeiro João Bandeira, reúne diversos grupos musicais com apresentações, bebidas e muita festa! O espaço também oferece um menu repleto da culinária do norte, como mujica de peixe, pato no tucupi e pirarucu à casca. A casa fica na Av. do Turismo, 4082, aberto das 18h às 2h.
Além disso, outros lugares e estabelecimentos são essenciais conhecer um pouco mais das tradições musicais da região, como:
• Academia Estrela da Dança
• Forró de Nós
• Ferro de Engomar
• Lounge das Torres
Forró de Caraíva, Bahia (BA)
Caraíva é uma vila à beira-mar localizada em meio ao espetacular litoral sul da Bahia. Neste pequeno recanto paradisíaco não entram carros, as pousadas são pequenas e o charme ainda é a sensação de estar em um destino que parou no tempo. Excelente pedida para descansar, entrar em contato com a natureza e, claro, curtir as belas praias e um banho de rio ao entardecer.
O agito noturno fica por conta das conhecidas casas de forró pé de serra: o Forró do Ouriço e o Forró do Pelé. Elas se revezam na programação, ou seja, quando uma abre, a outra está fechada. Assim todo mundo se encontra mesmo e dá para tirar para dançar aquela paquera que você viu pelas bandas do rio. Na alta temporada, tem forró todos os dias. Quando a coisa ainda não esquentou totalmente, o Forró do Ouriço abre quarta, sexta e domingo, e o do Pelé, quinta e sábado.
Bandas das redondezas animam as noites até o dia raiar. E uma curiosidade interessante é que em Caraíva não existem ruas asfaltadas, portanto, todos caminham descalços ou de chinelo, e todos que curtem um forró dançam com seus pés direto na areia.
Uma dica superimportante é comprar o ingresso para a festança mais cedo, pois, além de garantir a presença na badalação, pega aquele desconto que é muito bem-vindo, né? No Pelé, quem compra até às 19h30, paga R$ 20. Depois o preço sobe para R$ 30 até 0h30, e R$ 40 após 0h30.
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