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Redação

Festival Panorama celebra seus 30 anos com edição presencial potente no Rio de Janeiro


'Encantado', de Lia Rodrigues, faz sua estreia em teatros cariocas. Foto: Sammi Landweer


O Festival Panorama, um dos mais importantes festivais de arte do corpo, dança e performance da América Latina, celebra seus 30 anos com uma edição presencial potente e repleta de atrações, no Rio de Janeiro. Com patrocínio da Prefeitura da cidade e da Secretaria Municipal de Cultura, o evento acontece entre os dias 13 e 28 de janeiro.


São peças, performances e intervenções urbanas que colocam em cena alguns dos mais emblemáticos espetáculos dos últimos anos, trazendo de volta ao Rio de Janeiro os sucessos dos grandes criadores da dança brasileira, como Alejandro Ahmed, Cristian Duarte, Alice Ripoll e Marcelo Evelin, além de inéditos de novos nomes da dança como Tieta Macau e Idylla Silmarovi.


Para celebrando a volta à sua versão presencial, o Festival também abre espaço para a cocriação por meio de residências com artistas de fora do Rio de Janeiro. Os interessados podem se inscrever no site do Panorama e os resultados poderão ser vistos na programação do festival.


Com grandes nomes da dança contemporânea brasileira, o Panorama ocupará espaços icônicos da cidade, como os teatros João Caetano e Nelson Rodrigues, o Museu de Arte do Rio (MAR), a Praça Tiradentes e as Arenas Dicró e Fernando Torres, revisitando sua própria história na cidade e evidenciando temáticas e práticas das danças de ontem, de hoje e de amanhã. Entre os espetáculos, destaque para os corpos e coreografias negras, indígenas, femininas, LGBTQIAP+ e PCDs – que em 1992, quando o festival foi criado, ainda quase não habitavam a dança contemporânea . O evento também vai ganhar as paredes da cidade, com projeções surpresa de dança.


“A edição de 30 anos celebra o corpo como matéria-prima da dança e da performance e discute a relação que temos com a história do Rio e do Brasil”, diz Nayse López, diretora artística do Panorama desde 2005.


Programação


Em homenagem à sua fundadora, a coreógrafa Lia Rodrigues, o evento apresenta “Encantado” nos dias 13 e 14 de janeiro, no Teatro João Caetano. O espetáculo é um sucesso da dança brasileira, depois de sua aclamada turnê mundial que passou pelos festivais de Outomne e Kunsten e pela Brooklin Academy de Nova Iorque, e de uma belíssima temporada no Centro de Artes da Maré e semanas de temporada lotada em São Paulo.


No Teatro da CAIXA Nelson Rodrigues, Alejandro Ahmed apresenta “Z”, obra músico-coreográfica do artista, que ficou surdo e nessa peça expressa a relação de seu corpo com o som. Fundador da companhia Cena 11, uma das mais importantes da dança brasileira, Alejandro não dança em cena no Rio de Janeiro há 20 anos e retoma sua relação com o palco em uma peça potente e emocionante.


Outra atração imperdível é “The Hot One Hundred Choreographers”, solo de Cristian Duarte, que revive a história da dança numa peça com trechos de 100 diferentes coreógrafos, dos clássicos e contemporâneos aos pop.


Também estão na programação: “Looping: Rio Overdub”, versão carioca do espetáculo dos artistas baianos Felipe Assis, Rita Aquino e Leonardo França, que volta ao Rio para fazer o público dançar a democracia na praça, “Barricada” - projeto de Marcelo Evelin que parte de uma aglomeração improvisada para formar um organismo único e plural - e “Suave”, de Alice Ripoll e Cia. Suave, que marcou a chegada do passinho e da dancinha do funk aos palcos mundiais da dança.


A companhia Original Bomber Crew apresenta “Treta”, que encurrala o público numa performance que mistura skate, grafite e dança urbana para falar da desigualdade no Brasil. Já Paula Maracajá recria o universo mágico do clássico infantil da dança em "tudo que não invento é falso", inspirado na obra de Manoel de Barros.


“O eixo curatorial desta edição emergencial e de volta ao espaço urbano depois de dois anos de edições pandêmicas online é a história que nossos corpos contam. Que história da dança construímos e que histórias do Rio e do Brasil ainda precisam ganhar sua própria narrativa dentro da dança?”, questiona Nayse.


Reforçando a vocação de levar a dança também para debates teóricos desde sua primeira edição, o Panorama ainda realiza o seminário “Corpos da História”. Com curadoria de Nayse López e Camilla Rocha Campos serão dois ciclos de conversas sobre a construção da sociedade brasileira. A edição 30 anos do Festival Panorama tem apoio da Samambaia Filantropias, do Consulado Francês no Rio de Janeiro e do Instituto Goethe.


Todas as atrações têm entrada franca ou preços acessíveis (até R$ 30). Mais informações em



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