Há 4 anos, a queda da barragem da Vale na cidade de Brumadinho (MG) vitimou 272 pessoas. No entanto, até o momento, a tragédia ainda segue sem punição aos responsáveis e com relatos que ainda geram comoção na sociedade brasileira. E é justamente as histórias que cercam este terrível incidente que estão no centro do recém-lançado documentário “Lama Seca”. Produção que acaba de estrear na plataforma de streaming Amazon Prime Video.
Filmado de forma independente e com baixo orçamento, a obra marca a estreia da agência paulista Quartetto nesse gênero do cinema e tem como diretores os jornalistas Juliana Ribeiro e Eduardo Savanachi e o fotógrafo e diretor de fotografia Murillo Constantino.
As filmagens aconteceram ao longo de 2019 e cobriu praticamente todo o primeiro ano após o acidente. A equipe entrevistou sobreviventes, moradores da cidade e, principalmente, familiares das vítimas. Em um cenário de tristeza e revolta, o documentário aborda os impactos da queda da barragem, que se tornou um marco na história de Brumadinho e do Brasil. Isso porque afetou diversos aspectos da vida de seus habitantes. Desde um sombrio luto coletivo, passando pela angústia da espera pelo resgate dos desaparecidos até os reflexos das mudanças na infraestrutura e características do município. Como pano de fundo, a indignação generalizada com a forma que a mineradora Vale lidava com a situação.
Um dos principais registros da obra é o início da relação entre bombeiros e moradores da cidade, que deu origem a uma das principais operações de resgate da história do Brasil, ainda hoje em andamento. “Trata-se de um filme que propõe uma discussão que vai além das causas e culpas, e que se concentra em mostrar a vida das pessoas e o real significado de um acontecimento que causou a morte de 272 pessoas, algumas cujos corpos até hoje não foram encontrados”, explica Eduardo Savanachi, que também assina o roteiro final do documentário.
A fotografia teve um papel de destaque na produção. O filme traz imagens inéditas das estruturas onde funcionavam os escritórios e refeitório da Vale atingidas pela lama e das áreas de buscas que dão uma nova dimensão sobre o alcance do desastre. Além disso, entra na casa das famílias que tiveram suas “joias” (forma como os moradores se referem às vítimas) perdidas, mostrando quem eram aquelas pessoas.
“A ideia era levar o expectador para dentro da vida em Brumadinho, naquele momento complicado de dor e revolta, para mostrar esse processo difícil de recuperação. As imagens têm um papel fundamental para registrar e, principalmente sensibilizar a sociedade para que coisas assim não voltem a acontecer”, ressalta o diretor de fotografia Murillo Constantino.
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Onde assistir:
Amazon Prime Vídeo
Looke
Vivo Play
Claro TV+ (Now)
Ficha Técnica
Ano: 2020
Classificação: Livre
Duração: 74 min
Direção: Eduardo Savanachi, Juliana Ribeiro e Murillo Constantino
Direção de Fotografia: Murillo Constantino
Roteiro: Eduardo Savanachi
Entrevistas e Reportagem: Juliana Ribeiro
Operadores de Câmeras: Leonardo Orestes e Matheus Rodrigues Jr.
Edição e Montagem: Daniel Bona
Tratamento de imagem: Marcelo Rodrigues - Mia Lab
Sonorização, edição de áudio e foley: Mauricio Monteiro
Trilha original: A Karpintaria
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