arte: divulgação
Gaslight - uma Relação Tóxica, o último trabalho de Jô Soares, será apresentado no Teatro do Complexo Cultural Praça das Artes, em Barueri (SP), nos dias 18 e 19 de março, às 20 horas e 18h, respectivamente. O artista, que nos deixou em agosto do ano passado, assina a tradução, adaptação e direção do texto, com colaboração de Matinas Suzuki Jr e Mauricio Guilherme, parceiros de trabalhos anteriores. A peça é um dos maiores sucessos da história da Broadway e foi escrita originalmente pelo dramaturgo britânico Patrick Hamilton (1904-1962), em 1938. No Brasil, a apresentação já teve uma montagem notável em 1949, no TBC, com direção de Adolfo Celi.
Com elenco formado por Érica Montanheiro (que interpreta Bella), Giovani Tozi (que interpreta Jack), Gustavo Merighi e Leandro Lima (que interpretam o inspector Ralf) , Maria Joana (que interpreta Nancy) e Mila Ribeiro (que interpreta Elizabeth), o espetáculo marcaria a volta de Jô aos palcos como diretor, quatro anos após dirigir e atuar em "A Noite de 16 de Janeiro".
Com cenário de Marco Lima, figurino de Karen Brusttolin (indicada ao Prêmio Shell pelo projeto), iluminação de César Pivetti, e trilha sonora original de Ricardo Severo, a montagem era cuidada de perto por Jô Soares, que trabalhou na concepção da encenação até os últimos dias.
Baseada no filme homônimo sobre abuso psicológico nos relacionamentos afetivos, a peça retrata um casal em conflito. Jack (Giovani Tozi), no início do casamento, se mostrava doce e apaixonado. No entanto, sob a alegação de que sua mulher Bella (Erica Montanheiro) sofre de algum tipo de desequilíbrio mental, revela-se um homem impaciente e menos cordial. A esposa sente que está ficando louca, mas ao buscar o amparo do companheiro para lidar com a suposta doença, encontra apenas a resistência do homem, que justifica não ter mais forças para lidar com a situação.
A complicação do diagnóstico de Bella é acompanhada pela fiel governanta Elizabeth (Mila Ribeiro) e pela jovem e extrovertida Nancy (Maria Joana), a nova arrumadeira do casarão. Ralf (personagem interpretado por Gustavo Merighi ou Leandro Lima de acordo com a agenda dos atores), um inspetor de polícia, possui uma ligação curiosa com a casa, agora habitada pelo casal. Essa relação pode despertar fantasmas do passado que ainda habitam os cômodos com seus segredos, e podem revelar grandes surpresas.
O texto foi adaptado para o cinema em 1944, com direção de George Cukor, e é a origem do termo gaslighting, usado sobretudo para descrever a ação do agressor que faz com que a vítima, a pessoa agredida, duvide de si mesma e de sua sanidade. O termo ganhou maior repercussão nos últimos anos graças ao movimento feminista.
“Gaslight nasceu numa noite de cinema no apartamento do Jô, quando nós dois assistíamos à versão cinematográfica, de 1944, estrelada por Ingrid Bergman. Fiz o convite arriscado para levarmos a história aos palcos e ele topou”, conta o ator e idealizador do projeto Giovani Tozi, também produtor do projeto ao lado da produtora e fotógrafa Priscila Prade.
“O desejo foi amadurecendo, compramos os direitos, o Jô estava empolgado, sempre falando “e aí, tá pensando na peça?, tive esta ideia, vamos marcar uma reunião com todo mundo na semana que vem”, diz Tozi reproduzindo as palavras do amigo.
Serviço
Praça das Artes
Local: Rua Ministro Raphael de Barros Monteiro, no Jardim dos Camargos, 225 - Jardim dos Camargos, Barueri (SP)
Horário de funcionamento: Segunda a sexta - 08:00–17:00
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